sábado, 25 de agosto de 2012

Quanto à desilusão


Nós seres humanos somos seres contraditórios e não há nada que possamos fazer quanto a isso, faz parte de nossas limitações, é a nossa natureza. Dizemo-nos seres tão racionais, mas há muito de irracional em nossas atitudes. A boca que fala em liberdade é a mesma que aprisiona. A mão que acaricia é a mesma que agride. Não se sinta tão seguro de suas ideias e opiniões, pois no final das contas ninguém faz muito sentido. Devemos respeito a todos os seres humanos já que a verdade é inalcançável e nossos conceitos são mutáveis. Se não respeitamos pois não concordamos com certas atitudes, que respeitemos simplesmente por sermos semelhantes, e sendo assim, sujeitos aos mesmos erros. 





Quanto à desilusão

Quando uma ilusão se esvai
O mundo cai em devastação
E de volta à realidade indiferente
À nossa natureza tão impotente
Preso a sentimentos onipresentes
Que nos deslocam por necessidades
Tal como fossem perversidades
Eu vejo o meu ser deslocado
Sempre muito equivocado
Tão distante da felicidade

Poesia é sintoma de saudade
É fuga desta realidade
É grito alto no escuro
Num mundo mais que obscuro

Aos poucos
O espírito enfraquece
A alma se apequena
Efêmera quão pena
Em qualquer canto
Seu sofrimento nasce morre
De um quase seco pranto

Quanto à desilusão
Abrir os olhos nem sempre é bom
Em sonhos me agarro sem calma
Como vampiro a sugar vitalidade
Não me importa se não é sangue
Não é para o corpo, é para a alma
E é da alma que esta se faz existir
E assim se vive neste mutualismo
De poesia sintomas, puro lirismo
Viver a vida é também se iludir.

Lucílio Fontes Moura

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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Humanidade Amoral

Se veio aqui em busca de respostas, saiba que não as encontrará em meus poemas. Não tenho a pretensão de ser um ponto final nas complexas questões da vida, estou mais para uma interrogação inquietante sobre tudo. Tampouco espere por opiniões formadas pois não me agarro a ideais, vivo fases. Mas se procura por inquietação voraz, verdades ilusórias, questionamentos obscurecidos, saiba antes que é um caminho sombrio, doloroso e solitário, para poucos e corajosos. Se é por este tipo de aventura que está procurando, seja bem vindo ao Poeta Ilusionista.

 

Humanidade amoral

Nossas escolhas dizem muito sobre nós mesmos
Tudo depende do ângulo que se vê: certo ou errado?
Quanto à moral cristã, luz demais também cega
Baseadas em quê mesmo são criadas as regras?
Eis o Martelo de Nietzsche a pregar sua filosofia
Mas quão longe seu Super Homem chegaria?
Vivendo em um pobre mundo dionisíaco
De desejos cumpridos, sonhos paradisíacos
Eis como se mata um jovem imortal
E quem diria, a emoção aliada a seu algoz
De niilismo nunca estamos sós
Um grito contido preso ao limbo vital
Sequer nasce, é morto
Aborto natural?
Que vida de mistérios
Sobrenatural?
É a lei, é a física
E é amoral

Lucílio Fontes Moura



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