sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Um poema para Juliana

Um poema que fiz para minha irmã, amor da minha vida. Postá-lo-ei hoje, pois me sinto transbordando de saudade por dentro.
Como é bom sentir um amor sincero, para mim é como se o abstrato se materializasse à minha frente, é como se uma ilusão se tornasse realidade. Mas o amor tem suas responsabilidades e cobra seu preço, é a saudade, é o cuidado e é abrir mão. É por isso que eu sou mais chegado às ilusões, elas são dúvidas eternas, tão perfeitas que se as desvendássemos, deixariam de existir. A ilusão nos dá muito sem cobrar nada, é pura liberdade, basta não a questionarmos. E a dúvida me instiga sempre, me faz seguir em frente, curioso, sem me ousar a perguntar, buscando por mim mesmo... iludindo a própria ilusão.




Um poema para Juliana

Gira ciranda
Menina me encanta
Com seu doce sorriso
Que ternura, que brilho
Nos olhos de Juliana
Menina me espanta
Sua infância inocente
E me surpreende
De tão inteligente

Gira ciranda
Menina me encanta
E de faz de conta
Nós vamos brincar
Subimos no palco
Inventamos um ato
Cantando e dançando
E o tempo passando
Até a noite chegar

Porque no palco da vida
Gira mundo ciranda
Quando a manhã alvorar
Esta menina ainda
Tem o mundo a ganhar

Lucílio Fontes Moura

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

As regras para uma boa poesia


Primeira postagem de 2012, o ano do fim do mundo. Sim, o fim do mundo é mais uma ilusão, criada pela  incrível fluidez que a informação atingiu nesses tempos modernos, tudo chega a todos a uma velocidade de bilhões de bilhões... mas isso é assunto para uma outra poesia. 
Nem sequer estamos no mesmo mundo de outrora, o mundo se
                                                                                          nasce
                                                                                          morre nasce
                                                                                          morre nasce morre citando um trecho da poesia concreta de Haroldo Campos.  Então o que é o fim senão a oportunidade de um recomeço, e para isso devemos ousar, sem medo de errar, coragem para seguir em frente e alcançar o que se deseja, liberdade! Aproveitemos 2012 para voar alto, e se tudo realmente explodir, mesmo que não alcancemos nossos objetivos, estaremos ao lado das nobres almas que mesmo sem glória, ao menos sem o remorso dos que nem tentaram. 
Nesta poesia que posto hoje, faço uma crítica às coisas que nos limitam, que cortam nossas asas. Espero que curtam.




As regras para uma boa poesia

Poesia agradável, sublime, excepcional
Tem que ser chocante, chamativa, atraente
Ela se veste de ambigüidade consciente
Tem que ser objeto sem ser sentimental
Como um bom parnasiano e sem igual
Tem que ser muito bem rimada
Muito bem trabalhada e ritmada
Tem que possuir uma só métrica
Uma só medida, quase geométrica
Tem que ter figuras de linguagem
Posturas, recortes e imagens
Tem que ser um sonho infantil
E inspirar os corações de mais de mil
Tem que de aliteração ter uma pitada
Vultos velozes de vozes aveludadas
Tem que ser verdade e mentira
Tem que ser paradoxal
Tem que ter disciplina
Tem que ter ironia
Tem que ter...

E o mais importante de tudo
Não é de regras que se faz poesia
Porque sem ter liberdade
Como se dá asas à fantasia?

Lucílio Fontes Moura