terça-feira, 11 de outubro de 2011

Mudamundo

Em uma terça feira como todas as outras, a uma hora da madrugada, aqui estou eu embriagado pelo sono e pela realidade que me cerca, fatigado de fato. Meu ser cansado luta contra as mudanças, em vão, meu corpo físico pertence à realidade e dança no mesmo passo, mas eles não terão a minha alma que nada contra esta forte correnteza, é brava guerreira e não se vende às facilidades. Usarei minhas armas de poeta, assim Drummond profetizou: "Até os poetas se armam...". Postarei aqui um poema que eu considero uma estaca cravada bem no peito das ilusões do mundo contemporâneo.


Mudamundo

Viver é imperativo
Mas ter é ainda mais
Na busca pelo amor infinito
O individualismo é o mais eficaz

O bom é belo
O certo é errado
O melhor é caro
O importante é raro

Felicidade já é uma ditadura
E não se encontra de qualidade
Mais vale viver a mentira
Do que saber a verdade

O consumismo de simulacros
O relativismo do ideal
A desconstrução de valores
A banalização do banal

Lucílio Fontes Moura

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Difícil situação

Acabo de criar mais esta obra, sem pressão, tão pouco sintética.
Nascida da minha vontade. Nascida como quem já sabia nascer.
Sem ilusão, ou será esta uma ilusão em mim.



Difícil situação

No fundo do poço
Há lama e escuridão
No fundo do poço
Há chama e podridão
No fundo do poço
Do fundo da lama
No mundo insosso
Sem grana, sem fama
No chegar ao submundo
A verdade, o caminho
No fundo do rosto
A coragem, sozinho
No viver uma dificuldade
De máscara caída
Ninguém foge à verdade
Não há outra saída


Lucílio Fontes Moura

Licença Creative Commons
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terça-feira, 14 de junho de 2011

Psicofagia reversa

Mantive-me afastado por um tempo do blog, dei um tempo para que eu pudesse refletir e me reinventar, já que agora vivo uma fase que não é mais a mesma dantes. Deu um tempo para que tudo se modificasse, se reorganizasse, estou sob um novo espectro.O menino de outrora não faleceu, mas RENASCEU.
Agora vou apresentar a vocês mais uma de minhas obras, um mergulho profundo ao meu psicológico.





Psicofagia reversa

Minha alma abstrata intocável
Mostra-se frágil e sensível
Conectada a esta carne imperfeita
E à vontade da aleatoriedade se sujeita

E tudo no mundo interage
Molécula, átomo, partícula
É como um rio que flui e reage
Tentáculos, atos, película

Não somos os mesmos dantes
Talvez sejamos como dentes
Desconstruindo a matéria do instante
E a transformando em nossas mentes

Eu quero ser meu ser inconsciente
Condensando tudo em poesia noturna
Puro ego genial e oniciente
Psicologia sem sensura e inocente